sábado, 25 de setembro de 2010

PRODUTOS DE LIMPEZA X MEIO AMBIENTE

Meio Ambiente
hábitos
É possível limpar a casa com menos química
Produtos de limpeza agridem o ecossistema de rios, lagos e mares, além de prejudicar a saúde humana

Você é uma daquelas pessoas que acredita que quanto mais espuma o sabão fizer na hora da limpeza mais limpo o ambiente vai ficar? Pois saiba que a espuma é resultado de uma substância química adicionada aos componentes básicos dos detergentes, sabões em pó e em barra, sabonetes, xampus e cremes dentais e que não é sua quantidade que determina se o produto de limpeza é eficaz ou não. Já para o meio ambiente, o acúmulo de substâncias empregadas nos produtos de limpeza pode prejudicar os ecossistemas de rios, lagos e mares, que recebem esgotos. A espuma branca conhecida como “cisne-de-detergente”, que geralmente se manifesta em épocas com menos chuvas, por exemplo, reduz a penetração do oxigênio do ar na água, como explica a engenheira química da empresa Engebio Soluções Ambientais Adriana Carneiro Duarte.

Se produtos como sabão e detergente são perigosos, no caso de desinfetantes, alvejantes, bactericidas, desengordurantes, desentupidores, o problema são as substâncias mais agressivas como o cloro, formaldeído, hidróxido de sódio (soda cáustica) e amônia, que modificam o pH da água, ou seja, o grau de acidez. “As espécies aquáticas são bastante sensíveis e não têm capacidade para suportar as alterações. Não significa que a poluição vai matar todas as espécies, mas as consequências podem ser alterações multigênicas, como o surgimento de peixes assexuados, sem capacidade de reprodução”, explica o professor de Quí­mica Ambiental e Qualidade do Ar, do mestrado de Gestão Am­­biental da Universidade Positivo, Paulo Janissek.

Sem sujeira
Confira algumas dicas de organizações como Greenpeace e WWF para diminuir o impacto ambiental na limpeza doméstica:

- Varrer a sujeira com vassouras, usar o aspirador de pó ou um pano úmido com água diminuem a necessidade do uso de produtos químicos fortes.

- Resgatar o hábito do uso da água quente combinada com sabão para desinfetar ambientes. Os modernos vaporizadores, nada mais são do que uma sofisticação tecnológica dessa antiga e eficiente prática de limpeza.

- Buscar alternativas para limpeza com produtos caseiros e igualmente eficientes: vinagre branco e água na mesma proporção, para limpar vidros, azulejos, vasos sanitários e espelhos; bicarbonato de sódio serve para limpar pias, bidês e vasos sanitários em banheiros, também substitui o cloro na remoção de limo. Basta deixá-lo agir por uma hora e depois retirar o limo com uma mistura de suco de limão e sal.

- Para limpeza de forno você não preci­sa de nada mais que água quente, bicarbonato de sódio e palha de aço.

- E se você quer realmente purificar o ar use somente uma mistura de ervas com suco de limão ou vinagre.
O professor lembra que não é só o meio ambiente que está em risco. O potencial dos produtos de limpeza sintéticos pode causar danos à saúde humana. A reação química causada pela soma das inúmeras substâncias potencializa os impactos sobre a qualidade das águas, aumentando o perigo para as populações que as consumirem ou se alimentarem das espécies aquáticas que ali vivem.

Fora isso, segundo Janissek, as pequenas agressões domésticas têm começado a preocupar os especialistas e ambientalistas. “A taxa de incidência de doenças respiratórias em pessoas que trabalham com produtos de limpeza é duas vezes maior que em trabalhadores de outras áreas”, afirma. Isso significa que o cheirinho de limpeza nem sempre implica em ambiente saudável. Ainda de acordo com o professor, existem pesquisas que confirmam a poluição do ar por produtos como desodorizadores ou lustra-móveis e limpadores de tapetes com cheiro. “Em ambientes fechados, onde o ar não circula, as substâncias responsáveis por dar cheiro podem representar uma preocupação para a saúde de quem vive nesses espaços”, explica.

Ambientalmente correto

Morando em um condomínio de chácaras em Piraquara, região metropolitana de Curitiba, em uma área onde não há coleta de esgoto e onde nasce a bacia do Alto Iguaçu, o bancário Marco Antônio Sipinski só usa produtos de limpeza ambientalmente corretos. “Procuramos por produtos que não matem micro-organismos e que sejam biodegradáveis. Também compramos produtos concentrados, que podem ser usados em menor quantidade e que produzem menos resíduo também, se consideramos que o tamanho da embalagem é menor”, comenta.

Para saber se os produtos ambientalmente corretos vendidos nos mercados realmente não são poluentes, a engenheira química Adriana recomenda a verificação do selo de certificação. Isso significa que a empresa passou por uma auditoria sobre os processos e matérias-primas usadas. “Essa é a garantia de que o produto é realmente eficiente no que se propõe”, diz. É importante não comprar produtos clandestinos, sem embalagem própria ou rótulo que não descreva os conteúdos químicos e não indique o fabricante. Se­­gundo Adriana, é preciso cautela ao usar produtos caseiros para evitar uma intoxicação. Para Janissek, o problema é que sem ter certeza de que o produto vai funcionar a pessoa usa uma quantidade maior da receita caseira e fica mais exposta. Como regra geral, independentemente do tipo de produto, o professor aconselha evitar o desperdício e aplicá-lo de forma adequada. “Além disso, é bom ter cuidado para não dispor os resíduos desses produtos em qualquer lugar.”

AGRICULTURA ORGÂNICA – Mitos e verdades

AGRICULTURA ORGÂNICA – Mitos e verdades

Ao mesmo tempo em que se fala muito de produtos orgânicos há muitas informações erradas, simplórias e até mesmo contraditórias e o assunto permanece pouco claro.

As informações divulgadas através da grande imprensa são, na maior parte das vezes, ainda piores pois além de extremamente parciais são repletas de preconceitos e juízos de valor fato que não ajuda ninguém a entender os benefícios da agricultura orgânica. De uma maneira geral o grande público concorda que a agricultura orgânica é melhor do que a agricultura convencional, mas não sabe dizer porque. Durante muito tempo os benefícios da agricultura orgânica apareciam apenas quando a grande imprensa relatava os perigos e o excessivo uso de agrotóxicos nos alimentos agrícolas.



As coisas funcionam mais ou menos assim, o povo ouve falar da agricultura orgânica (hoje em dia mais do que nunca) mas continua sem saber bem do que se trata exatamente e quais são os benefícios desse tipo de agricultura. Quando a pessoa vai ao mercado atrás dos alimentos orgânicos a primeira coisa que chama atenção é o preço desses alimentos e muita gente não ultrapassa a barreira dos preços, ou seja, não dão uma chance real aos orgânicos pelo simples fato deles custarem mais caros do que os produtos convencionais. A alienação continua em função da barreira do preço.

Por causa do preço, que na realidade não é mais alto na maior parte do país, o grande público continua a desconhecer os benefícios e, até mesmo, a definição de agricultura orgânica. Explicando orgânico é o sistema de produção agrícola que exclui o uso de aditivos agrícolas, fertilizantes sintéticos, agrotóxicos diversos, pesticidas e aditivos alimentares sintéticos para animais. A agricultura orgânica baseia-se no uso de estercos animais e matérias orgânicas no lugar de fertilizantes e adota práticas como a rotação de culturas, compostagem, controle de pragas e doenças através da harmonização de culturas. Por exemplo, no caso do algodão orgânico cultivado em determinadas regiões do Brasil a colheita é protegida contra pragas com a plantação de diversos tipos de legumes ao longo dos pés de algodão que protegem contra grande parte das pragas.


Os motivos mais comuns que levam ao consumo de alimentos orgânicos são as características desses alimentos, muito mais saudáveis do que os alimentos produzidos pela agricultura convencional pelo fato de serem livres de agrotóxicos e agentes químicos. Não que uma laranja orgânica tenha mais vitamina C do que uma laranja convencional. O poder nutritivo não se altera, mas a qualidade sim, já que o produto orgânico é mais saudável para consumo por estar livre de aditivos químicos. Um outro fator importante em relação aos alimentos orgânicos é que eles são produzidos de forma ecológica e muito menos danosa à natureza já que os dejetos da agricultura convencional poluem rios e outras fontes de recursos hídricos e contribuirem para o aquecimento global sendo a agricultura convencional a principal emissora do dióxido de nitrogênio na atmosfera.

Há no Brasil um motivo ainda mais importante para justificar o consumo de produtos orgânicos, o fato de 80% da agricultura orgânica brasileira ser produzida pelas pequenas propriedades de agricultura familiar. O aumento no consumo de orgânicos é uma forma direta de apoio à agricultura familiar apoio esse que é fundamental para a sobrevivência da agricultura familiar um setor extremamente importante no desenvolvimento sustentável do Brasil e para o desenvolvimento de um país mais justo. Por trás do sucesso da agricultura familiar estará uma sociedade muito mais justa e feliz. A valorização da agricultura familiar contribui é uma forma de defesa da vida como um todo já que a valorização das pequenas propriedades de agricultura familiar e orgânica contribui para a melhoria da vida no campo, a valorização da vida nas áreas rurais do país, contribui para a fixação das famílias no campo, desestimula a migração que causa o inchamento das cidades e a consequente concentração de terras nas áreas rurais de todas as regiões do país.


De acordo com cientistas da Embrapa e dados da Pastoral da Terra a agricultura familiar é hoje o setor mais produtivo e mais ameaçado da agricultura brasileira. Para se ter uma idéia, o censo agropecuário publicado pelo IBGE em 2008 mostrou que apesar de deter apenas 24,3% da área agrícola brasileira, a agricultura familiar é responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do gado suíno, 50% das aves, 30% dos bovinos e 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar no censo de 2008, como era de se esperar é a soja (16%) produto símbolo das grandes empresas do agronegócio. E, como mencionei acima, agricultura familiar é responsável por 80% da produção orgânica e responde por 10% do PIB nacional.

Além de produzir em uma reduzida área, a agricultura familiar ainda recebe um volume muito pequeno de recursos públicos. De acordo com a Pastoral da Terra, em 2008 a agricultura familiar recebeu 13 bilhões de reais enquanto o agronegócio abocanhou cerca de R$100 bilhões de reais. Sem apoio ostensivo do governo a agricultura familiar e orgânica vai permanecer pobre e marginal apesar de sua importância, seu peso econômico, seu papel social e dos benefícios que a produção agrícola sustentada oferece a toda população. Além disso a agricultura familiar é a principal geradora de empregos no campo.



A medida que a agricultura familiar perde espaço aumenta a concentração da terra, as fazendas comerciais e a expansão do agronegócio levando a degradação das condições de vida dos trabalhadores do campo já que as grandes unidades do agronegócio concentram os casos de exploração de trabalho escravo e as péssimas condições de trabalho.


“Saber produzir comida é uma arte... o Brasil ainda tem agricultores que detém a arte de plantar e produzir comida. No norte e no nordeste são mais as tradições negra e indígena. No sul e no sudeste mais a tradição européia de italianos, alemães, poloneses etc. É preciso ainda considerar a presença japonesa na produção de hortifrutigranjeiros nos cinturões das grandes cidades. Preservar esses agricultores é preservar o "saber fazer" de produtos alimentares. Se um dia eles desaparecerem, o povo brasileiro na sua totalidade sofrerá com essa ausência". (Malvezzi, Pastoral da Terra).





Para que a agricultura familiar continue a crescer é fundamental a ajuda de todos nós. Por isto compre alimentos orgânicos, se você já compra de vez em quando passe a comprar regularmente, verifique a origem e pague por eles pensando que está ajudando a construir um Brasil melhor, mais justo. Se você costuma ir ao supermercado passse a frequentar os mercados dos produtores, os horti-frutis abastecidos pelos produtores rurais da agricultura familiar, os sacolões e feiras livres. Evite frutas e legumes de supermercados, quando você protege a agricultura familiar do Brasil você está protegendo a produção agrícola artesanal, a vida no campo, os produtos orgânicos e a sua saúde física. Vamos proteger a agricultura familiar brasileira e para isto precisamos fazer a nossa parte, não apenas esperar que políticas públicas e que os políticos defendam a pequena agricultura. Devemos agir e cobrar medidas de proteção e estímula a agricultura orgânica familiar, muitas vezes olvidadas até mesmo pelo órgãos públicos.
Notamos em determinados blogs e sites brasileiros textos onde as pessoas reclamam dos altos preços dos produtos orgânicos em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba por exemplo. Não haveria nenhum problema se essas mesmas pessoas não gostassem de exibir em seus blogs e sites livros, equipamentos e produtos alimentícios importado com com preços altíssimos .Acreditamos que um pouquinho de consciência e de inteligência nessa hora faz bem para a saúde e o paladar de todo mundo. Tudo é uma questão de prioridades, algumas pessoas ainda consideram mais importante exibir equipamentos importados e cozinhar com frutinhas importadas a pagar um pouco mais e servir em casa comida orgânica produzida pelo setor mais importante da economia brasileira, nossas micro, pequenas e médias propriedades de agricultura orgânica familiar.
Acreditamos que, preservar a nossa saúde - menos gastos com medicametos – visando o bem estar de todos, diminuindo o êxodo rural, melhor qualidade do solo, da água e do ar, além da fauna e da flora, seria melhor; inclusive a herança que fatalmente deixaremos para as futuras gerações.
José Zane

UM MODELO DE DEMOCRACIA AMBIENTAL "Rodrigo Rocha Loures"

Um modelo de democracia ambiental
"O desafio da água não é só tecnológico e político, mas também é cultural e institucional." Assim o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, abre o artigo publicado no domingo (19) no caderno especial "Águas do Amanhã", do jornal Gazeta do Povo. No texto, Rocha Loures defende o uso racional da água e um novo modelo de gestão dos recursos hídricos. "Falamos da aprovação de leis e regulamentos, mas principalmente da mudança de costumes seculares, vencendo a ideia de que o rio é a via de escoamento natural para os esgotos domésticos", afirma.

PARABÉNS ECORESPEITO

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